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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

CF que começou em Natal chega aos cinquenta anos

Por Albimar Furtado*
Jornalista albimar@superig.com.br
 
Vi a informação no artigo do jornal O Domingo, distribuído semanalmente nas missas. Anunciava que neste 2013 a Campanha da Fraternidade completa 50 anos. Para nós o registro tem importância particular porque foi aqui, em nossa arquidiocese, que tudo começou. Importa menos pelo fato do pioneirismo, de ter saído na frente. Vale muito mais pela indicação de que aqui tivemos pessoas –sacerdotes, religiosos e leigos- que estavam em sintonia com um novo tempo, o tempo de Paulo VI e João XXIII abrindo horizontes com o Concílio Vaticano II. Eram pessoas enxergando um mundo em desenvolvimento mas vendo nele, e particularmente em nosso Nordeste, a contundente e impiedosa separação de classes. Extremos. Naquele cenário, aquelas pessoas falavam em compromissos e solidariedade.
 
Vi a informação no jornal dominical, mas acho que os 50 anos, pelo menos cá entre nós, aconteceu mesmo ano passado. Pelo menos em Natal. As discussões, os projetos já vinham de 1961, coincidentemente quando João XXIII já pensava no Concílio. No ano seguinte, em 1962, a Campanha da Fraternidade estava nas ruas de Natal e o Vaticano II tomava impulso. No Rio Grande do Norte a igreja, com Dom Eugênio Sales, somava ao divino a dimensão humana: a educação, o sindicalismo rural, a promoção da saúde, a ação católica, tudo despertando uma nova consciência. E estavam lá, além de Dom Eugênio e de outros tantos, o padre Costa, Otto Guerra, Ulisses de Gois.
 
O grande resultado não foi o financeiro, a arrecadação. Foi exatamente o despertar dessa consciência. Tanto que no ano seguinte, em 1963, por decisão da CNBB a Campanha da Fraternidade foi incorporada pela maioria das dioceses brasileiras. Daí, a conta feita agora, concluindo que somente neste 2013 a campanha é cinquentenária. Não faz mal nenhum. Muito mais importante foi ter transformado uma igreja que era apenas de louvores e leva-la a enxergar as pessoas como templos. Templos com alma, carne e esqueleto, abrigadores de fé, mas também de necessidades, de fome.
 
*Texto publicado na coluna do jornalista no NOVO JORNAL
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