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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O chatíssimo caminho da cobrança

Por Flávio Rezende*
 
Os leitores dos meus escritos sabem que um dos meus assuntos prediletos é festejar as coisas boas da vida e enaltecer as maravilhas que temos em nosso amado planeta, tudo a disposição para nosso desfrute e bem estar.
 
Apesar de direcionar boa parte de minha produção jornalística e literária para aspectos positivos da existência, não vivo num mar de rosas, para negar e/ou relegar a plano zero, as mazelas e problemas que infernizam nosso cotidiano.
 
Um destes umbralinos temas é o da cobrança, aspecto necessário diante de mal pagadores e de seres que se utilizam dos mais estapafúrdios subterfúgios para roubar nossa paciência e alugar nossa inteligência, com conversas fiadas e atrasos, que nos conduzem de maneira muito desagradável para o campo das cobranças.
 
Confesso caro leitor, que detesto cobrar, me sinto péssimo, mal e com uma energia bem balançada para a deprê quando abro minha agenda e vejo por dias e até meses, aquele lembrete de que fulano ainda deve.

Antes de revelar mais detalhes, informo logo que não deixo ninguém sentir essa desagradável energia e, pago religiosamente em dia, muitas vezes até bem antes, todos, absolutamente todos os meus compromissos, não transferindo para recebimentos de terceiros, o que devo a seu ninguém.
 
É comum que pessoas digam assim, lhe pago quando receber o que tenho para receber de sicrano, ou de um patrocinador, ou quando o evento ou congresso receber do governo. Ora, ora, em muitos casos isso demora séculos e séculos para acontecer, ficando o prestador do serviço a ver navios, muitas vezes até desistindo de receber, depois de cobrar diversas vezes e ficar sendo o chato na triste história.
 
Além de jornalista sou também diretor de bloco e já fiz muitos eventos em minha vida, sempre temos uma reserva, um dinheiro próprio, então em tudo que estou envolvido, pago logo as dívidas e, depois, espero o que vem dos outros para ser o meu lucro. Ninguém tem nada a ver com meus acordos e atrasos ligados a meus eventos ou a minha pessoa.
 
Já comigo acontece isso direto, presto serviços com preços bem pequenos, que qualquer pessoa e/ou empresa pode pagar fácil, fácil, mas, tem sido uma novela receber vários.
 
Tem alguns casos onde a pessoa é encontrada na rua ai diz, estou sem cheque, estou sem dinheiro, passe lá depois, ai você passa e nada, ai diz, depois a gente resolve, estou passando por problemas, ai você abre o jornal, a pessoa está no exterior, Rio de Janeiro, nos restaurantes da vida que cobram dez vezes o valor que você tem a receber, meu amigo, a vontade que dá é de ficar logo rico e mandar a pessoa pastar.
 
Além da pessoa não conseguir receber pelo serviço prestado, ainda fica envolvida com essa energia de cobrar, o que a torna muito triste e para baixo.
 
 
Anoto tudo direitinho, tenho agendado todos os meus compromissos, pago tudo antecipadamente, não gosto de passar um dia sequer, transfiro dinheiro via computador, pois hoje podemos fazer tudo por eles, nos caixas eletrônicos, não deixo ninguém me cobrar absolutamente nada, não acho justo, se solicitei o serviço, preciso honrar a parte que me cabe para aquele ser que fez algo por minha pessoa ficar feliz, me sentiria tremendamente sacana se ficasse enrolando alguém, empurrando com a barriga e, em vários casos, sem pagar mesmo, pois chega uma hora que simplesmente desistimos mesmo, sob pena de vivermos a tragédia de rever o lembrete eternamente na agenda do celular.
 
E ainda tem aquele modelo que precisa de um dinheiro, ninguém da família ajuda, ai chega e pede pelo amor de Deus uns cheques pré-datados, um dinheiro emprestado, que vai honrar isso e aquilo, ai chega o dia e o cara não honra, não atende ligação, não lhe dá satisfação e, ainda fica puto se você insistir.
 
Reze caro leitor, para não ter que encarar gente assim, que dá trabalho para pagar e que não lhe dá a mínima quando você se voluntaria a tirar ele do sufoco.
 
E, no meu caso, o que mais me irrita, é que são dívidas pequenas, mínimas, gorjetas para muitos que trabalho, mas, não sei por qual motivo, me esforço muito para poder receber: infelizmente.
        
*É escritor, jornalista e ativista social em Natal/RN (escritorflaviorezende@gmail.com)
 
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