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quinta-feira, 29 de março de 2012

Comunidade rural realiza sonho e ganha biblioteca pública

O homenageado que deu nome à biblioteca é um dos muitos brasileiros que não teve oportunidade de acesso à educação

Fotos: Walmir Alves/divulgação
"Um país se faz com homens e livros". A frase do escritor brasileiro Monteiro Lobato agora serve de inspiração para os moradores da Comunidade do Velame, no município de Baraúna. Eles foram contemplados com a doação de uma estrutura adequada à leitura e pesquisa. A Biblioteca Comunitária Francisco Marques Soares foi inaugurada na tarde da quarta-feira passada, 28 de março. A inauguração foi marcada por apresentações de crianças do Velame e contou ainda com a apresentação de cordelistas da comunidade, que engrandeceram a cerimônia com uma das mais tradicionais demonstrações da cultura nordestina.

Na recepção, grandes nomes da cultura tiveram destaque. Frases de Cora Coralina, Ziraldo e até Leonardo da Vinci lembraram, a todo momento, a importância da leitura para o desenvolvimento das crianças e de um povo.
A montagem do espaço foi realizada através de uma iniciativa da Fábrica de Cimento MIZU, em parceria com a Prefeitura de Baraúna, que reformou a sede do Conselho no ano passado, proporcionando a estruturação de um local adequado. Além disso, a fábrica colaborou também com a doação de uma verba para a aquisição de livros.

Para o homenageado, Sr. Francisco Marques Soares, que deu nome à Biblioteca, a iniciativa é valiosa. Ele é um dos muitos brasileiros que não teve oportunidade de acesso à educação. “Eu estudei muito pouco, só sei assinar o nome”, comenta.

Mas isso não lhe tira a consciência sobre o valor do hábito de ler. “Para mim, eu acho muito importante. O que vem para beneficiar a comunidade é muito bem-vindo”, afirma, ciente dos benefícios do gesto. “A leitura é muito importante para as crianças”, acrescenta.

“Hoje é notória a felicidade dessa comunidade em receber um bem tão prazeroso” resumiu a estudante Etiene, que representou os alunos da comunidade na solenidade de inauguração. “Esse é o momento de concretização de um projeto”, ressalta a idealizadora e coordenadora do projeto, a professora Flor Marta Antero dos Santos.

“É uma satisfação imensa, porque a gente que elabora o projeto participa de todo o processo de elaboração. Muitas coisas não saem do jeito que a gente quer, outras saem melhores. E para mim, saiu melhor do que eu imaginava”, diz ela, satisfeita em ver crianças chorando por não quererem deixar a biblioteca.

O diretor da Fábrica de Cimento MIZU, o engenheiro José Antero dos Santos, lembrou que a data marca a primeira fase de um trabalho de iniciação à leitura. “Eu acho que a leitura é uma oportunidade de evoluir como cidadão, como ser humano”, destaca Antero. Além disso, a ocasião serviu para homenagear o Sr. Francisco Marques Soares, que, como lembra o diretor da unidade fabril, é um morador querido da comunidade e um grande incentivador do desenvolvimento da região, que sempre apoio as iniciativas da MIZU.

Homenagem a Monteiro Lobato


Os estudantes do Velame se esforçaram para mostrar que têm consciência da importância que a Biblioteca possui. Para isso, a turma decidiu prestar uma homenagem a um dos escritores de maior expressão no cenário nacional. Através do esforço e da imaginação das crianças, Monteiro Lobato se fez presente na inauguração. Com ele, Emília, Tia Anastácia, Dona Benta, Narizinho, Pedrinho e, claro, o Saci, muito bem caracterizado pelo pequeno Antônio Lailson, de sete anos.

Alessandro Abreu da Silva, de 14 anos, interpretou o escritor e aprovou a iniciativa. Aliás, ele já elegeu até o seu livro preferido, inspirado nos contos do folclorista. E a escolha não poderia ser diferente: “O do Sítio do Picapau Amarelo”, revela.

Uelissandra, de oito anos, ficou com a responsabilidade de apresentar o Jornal da Criança. Ela também aprovou a estrutura e pretende ir ao local para ler muitos livros, até porque, como a própria menina informa, na escola onde estuda não há um espaço semelhante.

A professora do Velame II Maria do Socorro Barros de Moura, que preparou os alunos, estava realizada com a concretização do sonho antigo. “Muito feliz por saber que meus alunos agora têm onde pesquisar, porque eu gosto de trabalhar com atividades extra sala de aula”, comenta.

 “Eu acho que é um momento muito importante, porque a leitura enriquece muito o conhecimento das pessoas, enriquece o vocabulário. Alavanca o futuro para dias melhores”, destaca o presidente do Conselho Comunitário do Velame, Raimundo Gonçalves de Mesquita. Ele conta que já havia vontade de oferecer algo semelhante à comunidade.

“Já, eu conversava sempre com a professora da comunidade, mas as dificuldades eram muito grandes e a parceria com a MIZU foi o pontapé inicial para que desse certo. A MIZU tem ajudado muito a comunidade e espero que ajude ainda mais”, conclui o presidente do Conselho.


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