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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Uma lembrança do meu tempo de criança


Não sei porque por esses dias - uma lembrança do meu tempo de criança - tem vindo repetidamente à minha consciência.

Só pode ser pra que eu a conte.

Corria o ano de 1954. Eu tinha 10 anos de idade e era aluno de uma escola mantida, no centro de Natal, por uma instituição chamada Liga Artístico-Operária Norte-Rio-Grandense.

Era um final de semana e, não sei por que cargas d'água, eu estava lá, participando de uma reunião de trabalhadores e aposentados.

O que me lembro da reunião é um trecho da fala do conferencista do dia - um jovem advogado chamado Antonino Pio Cavalcanti. Podia até ser meu parente, mas eu não o conhecia pessoalmente.

É a mais remota lembrança que eu tenho de um advogado. Antonino falava sobre direitos previdenciários e se colocava à disposição dos presentes para defesa dos seus direitos.

E dizia:
- Não se preocupem com o custo do meu trabalho. Não vou cobrar nada de vocês. Aprendi com meu pai a trabalhar de graça para os pobres. E não perco nada com isso.

E antes que, pelo menos eu, sacudido por tamanha magnanimidade, quebrasse minha ingênua cabeça de criança para entender sua matemática, o próprio Antonino deixou tudo muito claro:

- Cobro em dobro dos ricos.

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