Presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA faz palestra no RN

Público presente - Foto por assessoria:divulgação

O presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, fez palestra sobre o assunto durante o 1º Seminário de Políticas de Mercado para o setor leiteiro do Rio Grande do Norte, no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, e que contou com a presença do presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira, que foi o mediador da palestra, nesta sexta-feira (03).

A palestra de Rodrigo abordou o tema da pecuária do leite em todo o Brasil. Ele fez um apanhado geral do setor ao longo dos anos. Uma verdadeira aula para o público presente.

Rodrigo Alvim relatou vários casos de sucesso e também experiências que não deram certo no Brasil sobre a pecuária do leite, também fez um balanço da atividade no mundo. “Muitos pensam que o Nordeste brasileiro, por ser uma área de muita seca não comporta a pecuária, isso é uma inverdade. O gado não quer saber se está chovendo ou na seca forte, ele quer saber de comer. Se o produtor tiver condições de alimentar o seu rebanho na seca, ele irá produzir do mesmo jeito. Israel e os EUA são bons exemplos disso. Lá eles produzem em áreas muito secas, mas alimentam seus animais. O que temos que fazer, e cobrar dos governantes, é uma política para produzir alimentos e não deixar faltar nessas horas de seca”, explicou Alvim.

Futuro

Rodrigo disse que o que falta ao produtor e a indústria do leite no país é uma maior propaganda do produto, que muitas vezes não é atrativo para grande parte do público consumidor. “Vocês já viram as embalagens de leite no Brasil? É horrível. Informa que leite faz mal até para as crianças e são muito pouco chamativas. Temos que batalhar para transformar o leite em produto atrativo. Isso dará, com total certeza, um maior impulso na cadeia leiteira do país”, reclamou.

Sobre o futuro da atividade no Brasil, Alvim explicou que os grandes produtores de leite do mundo, que são os países da Europa, já estão sentindo uma perda nas suas vendas e que o mercado consumidor não está mais aprovando os seus produtos. E é nesse ponto que o Brasil deve entrar. “Acredito que a Europa já está em queda nas vendas. Acredito também que daqui a pouco tempo, se os produtores e a indústria do leite no Brasil souberem trabalhar tecnologia, seremos um grande exportador do produto”, lamentou.

“Temos que nos unir em cooperativas. Temos que ter maturidade para observar o mercado mundial de leite e temos que desenvolver novas técnicas para atingirmos esse mercado. Com o amadorismo de hoje, seremos engolidos por outros países. E isso é uma pena, pois o nosso produto é muito bom”, finalizou Alvim. [Com reportagem de Paulo Correia]